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terça-feira, 12 de outubro de 2010

APROVEITANDO O CURTO ÓCIO

Publicado no O Jornal de Uruguaiana, em 22 set 2010.

Independente do ritmo de trabalho que temos, sempre haverá alguns momentos de ócio. Trabalhamos pela manhã, à tarde e à noite para poder levar a comida aos filhos. E o organismo esgota-se até o seu último nível. Mas os minutinhos de não fazer nada permanecem existindo. E foi num desses momentos de ócio criativo que pensei em atividades construtivas para serem feitas nessas horas.

Sinto-me um total inútil na fila de banco. Quando é início do mês ou sexta-feira, então, é terrível. São horas à espera. Por mais que a lei ampare o cidadão estabelecendo um prazo máximo de espera, nunca vi isso funcionar. O que fazer na fila?

Pode-se pegar o celular (hoje quase todo mundo tem, até crianças de 10 anos, infelizmente) e começar a limpar a caixa de entrada. Nela tem as mensagens importantes que recebemos durante o dia e as confirmações de torpedo enviado e consulta de saldo. Passa-se alguns dias sem limpá-la e já lota. Você não pode receber mais mensagens porque a caixa de entrada está lotada. Corriqueiramente isso me acontece. E nada melhor que a fila do banco para deixar em dia o espaço no HD do celular.

Outro costume maravilhoso que não é muito difundido é ter sempre à mão um livro de bolso de piadas. E que sejam novas, também. Piada que se conhece não tem graça. Porque se temos aqueles cinco minutos esperando o carona que entrou numa loja para fazer o pagamento de uma conta, não tem como pegar Cem anos de solidão para ler. Até relembrar todo o enredo e em que parte da história lia anteriormente, já se passaram os minutos. Então, associe o pouco tempo a uma piada, que geralmente é curta e pode ser interrompida sem maiores traumas. Ler faz bem e piada faz rir, o que também é muito positivo.

Rever os compromissos da agenda é um boa opção para ocupar o tempo quando lhe sobrar valiosos curtos minutos. Mas você não tem agenda? Então pegue a folha de papel que anotou o que precisava fazer no dia e reorganize os compromissos. Possivelmente serão necessárias algumas alterações. Porque nada acontece exatamente como o planejado. E planejar o que se tem para fazer normalmente é um tanto atirar no escuro: se houver um imprevisto, muda toda a programação. Poderá economizar tempo deixando para outra horas coisas menos importantes.

Dentre essas coisas e outras mais, julgo mais importante ligar para um parente que há tempo não se recebe boas novas. As operadoras possuem sempre algum programa de bônus e geralmente eles esgotam no fim do dia. Não dá pra enriquecer com os ditos bônus, como no meu caso, onde tenho 35 minutos diários que se esvaem às 23:59h. Então, ligue para o primo que há meses não fala. Nem que seja só dois minutos. Fará a diferença. E se ele estiver triste, precisando de ao menos um “oi” amigo? Já que não custará nada e o tempo seria ocioso mesmo...

Mas o tempo de folga forçada também serve para ser aproveitado como, efetivamente, folga. O dia já é desgastante o suficiente para poder curtir aqueles segundos sem atividade mental e física. Então descanse. Você merece.

Os momentos que passam e, por algum motivo, não aproveitamos, não voltam mais. Somem no ar e fixam-se na memória, apenas. Se existirem, que sejam bem aproveitados. Não só os momentos ociosos, não apenas os minutos que são mortos, onde não temos como acelerar e adiantar algo que precisamos fazer.

Mas todos os momentos, todos os instantes onde temos problemas a gerenciar. Se aproveitarmos isso para preencher a nossa linha do tempo, ótimo.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O BOM ÓCIO

Publicado no Jornal Letras Santiaguenses mar/abr 2007

Existem épocas ociosas em nossa vida. Seja nas férias, final-de-ano, das cinco às seis, entre o trabalho e os estudos, ou nem isso, apenas quando dormimos.
Muito tempo ocioso ou pouco, cada um tem o seu. E que bem o usufrute. Alongue as pernas, ligue a tv, ouça a “Voz do Brasil”, atire-se na cama e olhe para o teto. Cada um tem o seu jeito de ocupar o tempo pra nada. Esses momentos de ócio são fundamentalmente importantes para o nosso bem estar.
Mal acordamos e o dia, ainda despertando, toma forma agitada, sem muito tempo para respirar. O almoço, às vezes, é um cachorro-quente, devorado em cinco minutos caminhando rumo ao próximo compromisso.
O dia permanece nesse tranco, até o momento em que a cabeça encosta no travesseiro, a dorsal prolonga-se por completo e uma gratificante sensação de prazer se apodera do corpo: relaxamos. É aí que inicia o ócio. Junto vem o sono, desesperado em busca da reposição diária de energia.
Nesse instante, a cabeça desliga-se (um pouco, vamos dizer) do mundo exterior e as idéias parecem juntar-se. Inicia o bom ócio, o relaxamento, o tempo pra não fazer nada.
Ele é bom porque ajuda a nos recompor, nos torna humanos, mostra que não vencemos em tudo, que é necessário também, agitar a bandeira branca e pedir um pouco de calma, paciência. Porque não somos máquinas, somos gente e temos limitações. E se aparece uma folga e não nos há vontade para preenchê-la com nada, não preenchamos, pois estaremos descansando, estaremos no bom ócio.

Protegido